Os
documentos
portugueses
Idioma 
Introdução
Como a língua pode se constituir em um desafio ao ler-se registros antigos criados em Portugal, Brasil ou nos outros países lusófonos? A maioria dos pesquisadores pode presumir que um conhecimento cotidiano da língua portuguesa seria suficiente para interpretar documentos de valor genealógico. No entanto, à medida que as pessaos começam a ler esses registros, especialmente de uma data mais remota, logo descobrem que os mesmos não seguem uma forma padrão pura do português moderno. Não obstante, são escritos em uma língua variada influenciada por dialetos locais e outros idiomas – particularmente pelo latim, que era a principal língua acadêmica e eclesiástica usada pelos escribas e padres cátolicos.
Porque as regras padrões da ortografia e da gramática do português não se tornaram mais disponíveis e difundidas até aproximadamente o século XIX, e porque a maioria das pessoas escreviam da maneira que falavam, a ortografia será um verdadeiro desafio ao ler esses documentos. Acrescentado-se a esse desafio outros fatores tais como a influência do latim na grafia das palavras portuguesas, variações entre diversos dialetos e as diferenças entres eles, ou seja,se diferenças de pronúncia resultando em grafias distintas. Por exemplo, o uso intercambiável das letras “i” e “y,” ou “s” e “z”:
Português no mundo todo.
O português é a língua oficial de pelo menos este países diferentes em todo o mundo. Esses países são Portugal, Brasil, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Guiné-Bissau enquanto compartilhe um título co-oficial em muitos outros países.
O efeito da diversidade linguística nos registros
Esta diversidade linguística afetou a grafia e a gramática dos registros em todo o mundo lusófono em vários graus. Abaixo está um exemplo de um registro de casamento brasileiro de 1873 (parte superior) em comparação com um registro de casamento cabo-verdiano de 1874 (parte inferior). Embora existam muitas diferenças dentro da língua portuguesa, podemos ver pela leitura de ambos os registros que entender a palavra escrita de diferentes regiões ainda é possível.
Brazil 1875
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Transcrição
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Ventura e Sabina Aos seis de |
1. |
Ventura e Sabina, aos seis de |
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Novembro de mil oitocentos setenta e cinco, na |
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novembro de mil oitocentos setenta e cinco, na |
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Cathedral ante mim, as cinco horas e meia da |
3. |
catedral ante mim, as cinco horas e meia da |
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tarde se receberam em matrimonio por pala- |
4. |
tarde se receberam em matrimonio por pala- |
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-vras de presente Ventura Ferreira dos Santos, e |
5. |
-vras de presente Ventura Ferreira dos Santos, e |
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Sabina Maria da Roza, elle viuvo por falleci- |
6. |
Sabina Maria da Roza, ele viúvo por faleci- |
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-mento de Antonia Maria da Conceição; e ella |
7. |
-mento de Antonia Maria da Conceição; e ela |
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filha natural de Josepha Maria da Concei- |
8. |
filha natural de Josepha Maria da Concei- |
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-ção E logo receberam as bençaos nupciaes na |
9. |
-ção. E logo receberam as bênçãos nupciais na |
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forma do Ritual Romano, sendo de tudo testemu- |
10. |
forma do Ritual Romano, sendo de todas testemu- |
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-nhas Raymundo Ferreira Chaves, e Manoel Ri- |
11. |
-nhas Raymundo Ferreira Chaves, e Manoel Ri- |
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-beiro da Roza. Onubente é natural d’este Cura- |
12. |
-beiro da Roza. O nubente é natural deste Cura- |
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-to, e a nubente de Russas, d’onde veio de terna |
13. |
-to, e a nubente de Russas, de onde veio de terna |
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idade para este, onde são moradores. Para cons- |
14. |
idade para este, onde são moradores. Para cons- |
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-tar se fez este assento, em que eu assino |
15. |
tar se fez este assento, em que eu assino |
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Lomrenço da Costa Igniar |
16. |
Lomrenço da Costa Igniar |
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Transcrição
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Aos dezoito de Abril de mil oito cento settenta |
1. |
Aos dezoito de Abril de mil oito cento setenta |
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equatro na Capella da Misericordia que |
2. |
e quatro na Capela da Misericórdia que |
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ao presente esta servindo de Egreja Parochial |
3. |
ao presente está servindo de Egreja Parochial |
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perante mim comparecendo Donato josé |
4. |
perante mim comparecendo Donato José |
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de Pina e Marcellina da Veija amanceba- |
5. |
de Pina e Marcellina da Veija amanceba- |
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dos, e por ordem de sua Excellencia Reverendissi- |
6. |
dos, e por ordem de sua Excelência Reverendíssi- |
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ma o Senhor Bispo desta diocese sem |
7. |
ma o Senhor Bispo desta diocese sem |
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mais formalidades, depois de os ouvir de con- |
8. |
mais formalidades, depois de os ouvir de con- |
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-fição receberem a sagrada comunhão, as recibi |
9. |
-fissão receberem a sagrada comunhão, as recebi |
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em matrimonio em facie ecclesiae, conforme |
10. |
em matrimonio em facie ecclesiae, conforme |
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determina o sagrado Concilio de Trento, Elle |
11. |
determina o sagrado Concílio de Trento, Elle |
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filho legitimo de Manoel Soccorro e Maria |
12. |
filho legitimo de Manoel Soccorro e Maria |
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de Pina naturaes desta ilha, ella filha |
13. |
de Pina naturais desta ilha, ella filha |
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natural de Maria da Boa Vista, natural |
14. |
natural de Maria da Boa Vista, natural |
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da ilha da Boa Vista, Epara constar |
15. |
da ilha da Boa Vista, E para constar |
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mandei faser este termo que assjno com |
16. |
mandei fazer este termo que assino com |
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as testemunhas presentes Higgino josé Barbados |
17. |
as testemunhas presentes Higgino josé Barbados |
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e José Joaquim Vieira Nas concellos |
18. |
e José Joaquim Vieira Vasconcellos |
